Zema diz que ditadura é “questão de interpretação” e promete indulto a Bolsonaro
Governador de Minas Gerais promete indulto a Jair Bolsonaro em sua candidatura à presidência, relativizando a ditadura militar. Zema busca se posicionar como um líder conservador, defendendo a liberdade de expressão e fazendo comparações com políticos latino-americanos.
Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou que concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se fosse eleito presidente. Ele argumentou que isso seria uma questão de interpretação do regime militar (1964-1985).
No seu discurso, ele comparou o indulto a anistias dadas a militantes de esquerda, afirmando que “tiveram sequestradores e assassinos que receberam anistia”. Zema evitou afirmar se considera o período militar como uma ditadura, alegando que “tudo é questão de interpretação”.
Zema, que está construindo sua plataforma como pré-candidato, tem evitado conflitos diretos com Bolsonaro. Ele mencionou que não concorreria contra o ex-presidente, mas poderia entrar na disputa se um dos filhos de Bolsonaro ou a ex-primeira-dama Michelle se candidatar.
Além disso, ele comentou que sua candidatura poderia seguir mesmo se o governador de SP, Tarcísio de Freitas, entrar na corrida, afirmando que “tudo ainda está muito verde”.
No exterior, Zema elogiou o presidente Nayib Bukele de El Salvador e sugeriu que o Brasil poderia adotar políticas de segurança semelhantes, apesar de reconhecer as denúncias de abusos de direitos humanos. Ele expressou admiração por Javier Milei, presidente argentino, mas rejeitou um “tratamento de choque” para o Brasil.
Zema se posiciona como um candidato liberal nos costumes e fiscalmente austero, prometendo um “corte de gastos duro”. Ele criticou a PEC da Segurança Pública do governo Lula e defendeu a liberdade de expressão, mas relativizou as críticas a Bukele.
As declarações de Zema têm gerado críticas de setores acadêmicos e políticos, que veem sua abordagem como uma tentativa de revisão do passado e um enfraquecimento dos limites democráticos. Contudo, ele reafirma seu foco em construir uma candidatura com “alternativas reais” e “apoio popular para mudanças profundas”.