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Zambelli na mira da Interpol? O que as leis italiana e internacional dizem sobre chance de deputada ser presa e deportada de volta ao Brasil

Carla Zambelli se defende após condenação e partida para a Europa, afirmando que sua cidadania italiana a protege de extradição. O ministro Alexandre de Moraes ordena prisão preventiva e bloqueio de bens, enquanto especialistas discutem os desafios legais da situação.

Deputada Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) partiu para a Europa após ser condenada a 10 anos por invasão de sistemas. Ela alega se sentir protegida pela cidadania italiana, que, segundo ela, impediria a extradição ao Brasil.

No dia 4 de junho, Zambelli afirmou à CNN Brasil: "Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália". Entretanto, o STF, sob a decisão do ministro Alexandre de Moraes, determinou sua prisão preventiva e pediu sua inclusão na lista vermelha da Interpol.

A parlamentar criticou a decisão, afirmando que a Constituição exige que um deputado só possa ser preso em flagrante. Moraes argumentou que Zambelli saiu do Brasil para evitar a punição por seus crimes.

A Interpol não inclui automaticamente nomes em sua lista, sendo que tal ação depende de uma avaliação interna. Jonathan Aras, especialista em direito, complementa que a inclusão é um alerta para que polícias de outros países possam capturá-la.

Apesar da crença popular de que cidadãos italianos não podem ser extraditados, especialistas afirmam que a Itália pode extraditar cidadãos sob certos tratados, incluindo os tratados bilateral Brasil-Itália e a Convenção de Budapeste.

A extradição de Zambelli, no entanto, pode ser um processo demorado e dependente de decisões políticas no governo italiano atual, liderado pela primeira-ministra Georgia Meloni.

A assessoria de Carla Zambelli não respondeu aos questionamentos da BBC News Brasil até o fechamento da reportagem.

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