Zambelli na Itália: caso do Mensalão abre precedente para extradição de foragidos
Ministro do STF decreta prisão preventiva de Carla Zambelli e determina sua inclusão na lista vermelha da Interpol. A deputada, que se encontra na Europa, enfrenta uma complexa situação legal devido à sua dupla cidadania.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou na quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão.
Além da prisão, Moraes determinou a inclusão da parlamentar na lista vermelha da Interpol, e o bloqueio de seus bens e passaportes, incluído o diplomático.
Zambelli deixou o Brasil após a condenação e está na Europa para tratamento médico. Ela cogita pedir licença do cargo e usa a cidadania italiana como estratégia contra a extradição.
A deputada foi condenada por falsidade ideológica e invasão de sistema informatizado. Ela orientou um hacker a inserir documentos falsos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão contra Moraes.
Zambelli também responde a um inquérito no STF por episódio armado em São Paulo, na véspera das eleições de 2022.
O caso reabriu o debate sobre a extradição de brasileiros com dupla nacionalidade. O tratado entre Brasil e Itália possui cláusulas impeditivas, mas a jurisprudência italiana pode abrir exceções.
Deputado italiano Angelo Bonelli pediu informações ao governo italiano sobre colaboração para viabilizar a extradição de Zambelli, destacando seu papel como "expoente do partido de Bolsonaro".
O governo italiano ainda não se manifestou, mas a politicização do caso pode criar um impasse diplomático e afetar a União Europeia.
A suspensão ou aceitação da extradição de Zambelli pode estabelecer precedentes internacionais sobre decisões do STF em estrangeiro.
Se a Itália negar a extradição, isso pode aumentar tensões institucionais e influenciar movimentos políticos contra decisões judiciais brasileiras no exterior.