Yuan tem desvalorização recorde após BC chinês reduzir o controle sobre a moeda
Desvalorização do yuan ocorre em meio a tensões comerciais crescentes com os EUA, elevando a preocupação entre investidores sobre a estabilidade econômica da China. Analistas preveem uma possível queda acentuada da moeda, apesar dos riscos associados à saída de capitais.
Yuan offshore atinge nova baixa histórica após redução do controle da China sobre a moeda, em meio à escalada da guerra comercial com os EUA.
O yuan caiu 0,5%, com a cotação alcançando 7,3848 por dólar nas negociações em Nova York. O Banco Popular da China fixou a taxa de referência em 7,2038 por dólar, o nível mais fraco desde setembro de 2023.
É a primeira vez desde a eleição de Donald Trump que a taxa ultrapassa 7,20, considerado um limite crítico pelos investidores.
Aroop Chatterjee, do Wells Fargo, prevê uma depreciação controlada, com a moeda podendo atingir 7,50 por dólar. A desvalorização busca aumentar o apelo das exportações da China, essenciais para o crescimento frente às tensões comerciais.
Manter uma taxa de câmbio forte pode prejudicar as exportações, enquanto uma queda acentuada pode afetar a confiança na economia e aumentar a saída de capitais.
Tiffany Wang, do JPMorgan, acredita que a nova barreira para o yuan foi elevada, citando um risco de desvalorização para 7,40 por dólar.
Trump ameaçou impor novas tarifas de 50% às importações da China, exacerbando as tensões. O Ministério do Comércio chinês declarou que "lutará até o fim" contra novas tarifas.
Os mercados aguardam sinais do banco central sobre o yuan e possíveis afrouxamentos monetários, após os impactos das tarifas nos mercados globais.
Analistas preveem uma alta probabilidade de desvalorização do yuan, com chances de uma queda significativa de 20% a 30%, embora muitos apostem em um movimento menos drástico.
O PBOC tem ferramentas para conter a volatilidade do yuan e pode permitir maior flexibilidade gradativamente, visando retomar a flexibilização monetária.