Yuan cai ao menor nível frente ao dólar desde 2007

A China está permitindo a desvalorização do yuan para apoiar sua economia fragilizada, especialmente no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos.

No dia 9 de novembro, o yuan onshore registrou o menor nível em relação ao dólar desde a crise financeira global, mas conseguiu recuperar parte das perdas. A moeda também atingiu seu menor patamar em 15 meses contra uma cesta de moedas.

As apostas contra o yuan aumentaram após o Banco do Povo da China cortar a taxa de referência pela sexta vez, indicando a intenção de Pequim de enfraquecer o câmbio e estimular as exportações.

Essa desvalorização torna produtos chineses mais competitivos frente às importações de outros países, ajudando a mitigar o impacto das tarifas de 125% impostas por Donald Trump.

Segundo Ju Wang, do BNP Paribas, a China pode optar por uma desvalorização gradual como estratégia eficaz para lidar com as tarifas.

Em resposta à situação, Trump tem isolado a China em sua política tarifária, enquanto Pequim impôs tarifas de 84% sobre importações dos EUA, prometendo “lutar até o fim”.

O economista Ken Cheung, do Mizuho Bank, comenta que o PBoC busca estabilizar a taxa de câmbio do dólar-yuan para controlar o sentimento do mercado, focando em melhorar a competitividade das exportações.

Ainda assim, a China evita uma desvalorização agressiva do yuan devido aos custos elevados dessa ação, que poderiam afetar a confiança em seus ativos e aumentar a tensão com os EUA.

Trump acusa a China de manipulação monetária, e o secretário do Tesouro dos EUA declarou que a desvalorização da moeda não é uma solução aceitável.

A expectativa é de que uma desvalorização significativa seja improvável, considerando a necessidade da China de manter boas relações comerciais num sistema global fragmentado.