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Xi aposta no longo prazo com EUA, enquanto Trump quer rapidez

China adota abordagem cautelosa nas negociações comerciais com os EUA enquanto Trump busca soluções rápidas. Discrepâncias nas estratégias refletem interesses de longo prazo do presidente chinês em contraste com a urgência de seu homólogo americano.

Trump comemorou acordos comerciais em Londres, enquanto Xi Jinping obteve ganhos estratégicos ao iniciar um processo de negociação que dá tempo à China e ajuda a neutralizar tarifas e restrições tecnológicas.

Após dois dias de conversas, Trump anunciou que um acordo estava “FEITO” para retomar o fluxo de ímãs essenciais da China e suspender restrições a vistos de estudantes. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, informou que Washington reverteria recentes restrições tecnológicas se metais raros chegassem rapidamente.

O foco da China diferia: um artigo do Diário do Povo não mencionou controles de exportação, mas destacou uma “garantia institucional” em Genebra para mediação. Xi ressaltou a importância de um “mecanismo de consulta” com Trump.

Essa diferença ilustra a desconexão nas abordagens de negociação. Trump busca acordos rápidos, enquanto Xi favorece negociações longas, evitando surpresas. A primeira guerra comercial levou quase todo o mandato de Trump para ser finalizada.

Christopher Beddor, da Gavekal Research, observou que Xi joga no longo prazo, devido à sua permanência no poder. A incerteza nas negociações, no entanto, é ruim para os negócios.

Xi demonstrou flexibilidade em interações telefônicas com Trump, rompendo com o protocolo. Já na era Biden, as conversas entre conselheiros eram frequentes antes de líderes se comunicarem.

Dúvidas surgem sobre os compromissos da China em relação à exportação de metais usados em setores como aviação e veículos elétricos, com Lutnick afirmando que a China aprovaria “todos os pedidos de ímãs de empresas dos EUA imediatamente”.

O porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, prometeu considerar as necessidades de todos os países no setor civil e melhorar processos de aprovação.

Trump declarou que a China enfrenta uma tarifa de 55%, incluindo impostos da sua primeira presidência. Lutnick questionou isso, reforçando que tarifas sobre a China “definitivamente” permanecerão, o que reduz o incentivo para Pequim oferecer concessões futuras.

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