Volks, Toyota, GM e Stellantis querem veto a pedido da BYD, e Alckmin diz que benefício pode vir em cotas

Montadoras brasileiras pedem veto a incentivos de importação

Presidentes de quatro montadoras com fábricas no Brasil enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando o veto a incentivos para importação de veículos desmontados ou incompletos.

A carta, datada de 15 de julho, não menciona as empresas, mas a chinesa BYD é citada como autora de um pedido à Camex para redução de tarifas para veículos classificados como SKD (semidesmontados) e CKD (desmontados).

No dia 28, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a possibilidade de um plano da Camex que beneficie empresas estrangeiras e a Anfavea, que defende restrições aos benefícios de carros elétricos. Ele mencionou uma cota para importação inicial de 50 mil veículos que diminuiria ao longo de quatro anos.

As solicitações devem ser analisadas em uma reunião extraordinária na quarta (30), mas a pauta ainda não foi divulgada.

Preocupações levantadas

• Os presidentes de montadoras alertam que a redução de tarifas pode gerar desemprego, desequilíbrio na balança comercial e dependência tecnológica.
• A BYD pediu tarifas de 10% para semidesmontados e 5% para desmontados até 2028, em meio a um aumento crescente dos impostos de importação.
• O setor de autopeças também expressou preocupações com o impacto negativo do pedido da BYD, especialmente com uma surcharges iminente de 50% nos produtos brasileiros nos EUA.

A carta afirma que a importação de conjuntos de peças não seria uma transição, mas um padrão operacional que poderia limitar o processo produtivo e a geração de empregos.

A BYD, em seu pedido, defende que a montagem local é uma etapa crucial na industrialização e que a redução nas tarifas facilitaria a implantação de linhas de montagem no Brasil, atraindo novas empresas automotivas.