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Vísceras expostas

Reflexão sobre a influência das figuras públicas e seu impacto na democracia brasileira. A recente aposentadoria do juiz Marcelo Bretas evidencia os riscos da instrumentalização do Judiciário e a necessidade de questionar mitos políticos.

Em 1991, após 12 operações em meu olho direito, fui a Moscou em busca do oftalmologista Svyatoslav Fyodorov, considerado o melhor da área. A experiência de operar na União Soviética foi fascinante.

Desesperado para visitar o túmulo de Lenin, descobri que o mausoléu estava fechado. No terceiro dia, consegui visitar o mausoléu após uma amiga me informar que abriria em breve. Inspirado, decidi fazer um cavanhaque em homenagem a Lenin, que ainda uso hoje.

Essa história ilustra como admirações podem influenciar decisões e, às vezes, ser perigosas. Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça aposentou compulsoriamente o ex-juiz Marcelo Bretas, um imitador do juiz Sergio Moro.

A república de Curitiba, sob Moro, causou danos à democracia e serviu interesses políticos, levando ao fortalecimento da extrema-direita. Moro, alçado como herói pela mídia, teve seu poder reforçado com suporte político, após prender Lula ilegalmente.

Enquanto Moro não enfrentou a mesma severidade que Bretas, seus aliados como Deltan Dallagnol tentaram evitar consequências em suas carreiras. O relatório do corregedor Luís Felipe Salomão que critica Moro ainda permanece ignorado.

Em palestras, denunciei a instrumentalização do Judiciário, enfrentando um “lavagem cerebral” midiática que distorcia a verdade. O grupo que antes era visto como herói agora está desacreditado, mostrando a fragilidade da democracia diante de mentiras propagadas.

A aposentadoria de Bretas e a cassação de Deltan expuseram a podridão de um sistema que impulsionou o fascismo bolsonarista. Consequências legais para figuras proeminentes, como Bolsonaro, são inevitáveis.

É essencial que os jovens sejam influenciados por verdades, sonhando por uma sociedade ética e justa. Como disse Fernando Pessoa: “Matar o sonho é matarmo-nos.”

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