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Vírus comuns podem aumentar o risco de Alzheimer?

Pesquisadora pioneira destaca que o reconhecimento do papel dos vírus na doença de Alzheimer pode abrir novas perspectivas para tratamentos. A descoberta de evidências sobre a relação entre infecções e demência desafia crenças estabelecidas e sugere caminhos promissores na pesquisa médica.

Ruth Itzhaki, pesquisadora da Universidade de Manchester, enfrentou décadas de hostilidade e descaso em sua pesquisa sobre o papel de vírus comuns no desenvolvimento do Alzheimer.

Itzhaki e sua equipe foram pioneiros em suspeitar que o herpes simples poderia causar danos às células nervosas, levando à demência. Com dificuldades para publicar seus estudos, ela acredita que sua pesquisa poderia ter avançado significativamente se tivesse recebido mais apoio.

Nos últimos anos, novas pesquisas revitalizaram o campo, com ensaios clínicos utilizando vacinas e antivirais como potenciais soluções para a prevenção do Alzheimer.

Dois conceitos são fundamentais:

  • Alguns vírus permanecem escondidos no corpo, reativando-se em momentos de baixa imunidade.
  • A "cascata amiloide" sugere que a inflamação cerebral leva ao acúmulo de beta-amiloide e à morte neuronal.

A pesquisa de Itzhaki na década de 90 encontrou o material genético do herpes simples tipo 1 no cérebro humano, levando à hipótese de que sua reativação poderia causar inflamações que danificariam células nervosas. Esta teoria sugere que a beta-amiloide pode ser produzida como uma defesa contra o vírus.

Pesquisas recentes, incluindo um estudo da Universidade Stanford, mostram que a vacinação contra o herpes zoster pode reduzir o risco de demência em até 3,5%.

Ainda há muito para investigar, e testes clínicos estão em andamento para confirmar essas relações. Itzhaki e outros especialistas defendem que, se confirmada, a relação entre vírus e Alzheimer poderia levar a novas formas de prevenção.

As questões sobre a ligação entre vírus e Alzheimer persistem. Itzhaki afirma que evidências indiretas são claras, enquanto Geldsetzer espera que futuros estudos respondam a essas perguntas.

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