Vinícola gaúcha aposta em uvas inéditas no Brasil para enfrentar mudanças climáticas

Uva Irsai Oliver, de origem húngara, será o próximo lançamento da Cooperativa Vinícola Garibaldi, com previsão de chegada às lojas entre agosto e setembro.

Este é o segundo vinho do vinhedo experimental da cooperativa, localizado em Santa Tereza, Serra Gaúcha. O primeiro, feito com a uva Palava, já está na segunda safra e custa cerca de R$ 100.

O projeto é parte de um movimento global que busca variedades de uvas resistentes a climas extremos. O vinhedo experimental, com 1 hectare, funciona como um laboratório a céu aberto, onde foram plantadas cento mudas de variedades desconhecidas no Brasil.

O vinhedo é mantido em segredo há cinco anos e supervisionado por Evandro Bosa, enquanto André Luís Rech é responsável pela comunicação da cooperativa.

A adaptação das uvas será monitorada por três a quatro safras, com microvinificações sendo realizadas pelo enólogo Ricardo Morari. O sucesso do vinho Palava, que gerou 12,5 mil garrafas na última safra, anima a expectativa pelo Irsai.

A estratégia de marketing visa consumidores jovens, que preferem rótulos leves e frescos. A cooperativa também pesquisa uvas híbridas e outras variedades, como um clone de Pinot Noir para espumante rosé.

Com 42% da produção vinífera, Garibaldi se adapta ao mercado de vinhos finos, participando pela primeira vez da feira ProWine em São Paulo, entre 30 de setembro e 2 de outubro.