Vinícola Aurora aposta em enoturismo e colheitadeiras 2 anos após escândalo de trabalho escravo
Colheita recorde de uvas impulsiona a recuperação da Cooperativa Vinícola Aurora após crise trabalhista. Expectativas são altas para o enoturismo e inovação no setor, com crescimento previsto no número de visitantes no Vale dos Vinhedos.
Cooperativa Vinícola Aurora vive momento de alívio após enfrentar escândalo trabalhista e quebra de safra.
Nos últimos meses, 71,6 milhões de quilos de uva foram colhidos, um aumento de 42,3% em relação ao ano anterior. Este resultado é o segundo maior da história da cooperativa.
O desafio mais significativo ocorreu em fevereiro de 2023, quando 207 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão. O caso gerou forte repercussão e resultou em medidas contra as vinícolas, incluindo boicotes e a suspensão de participação em feiras de exportação.
As vinícolas assinaram um TAC com o Ministério Público, comprometendo-se a pagar R$ 7 milhões em indenizações e a implementar fiscalização das condições de trabalho.
Renê Tonello, presidente da Aurora, destacou que a implementação das medidas está ocorrendo sem dificuldades, com um sistema de auditoria e reuniões anuais com cooperados. Ele reconhece a corresponsabilidade da cooperativa no caso.
Além disso, a Aurora promove o avanço na modernização agrícola, incluindo eventos como a feira Vitis Aurora, que apresenta tecnologias inovadoras.
A cooperativa espera um aumento de visitantes no Vale dos Vinhedos, com a matriz já recebendo cerca de 60 mil pessoas entre janeiro e abril de 2024. A expectativa é superar os 260 mil visitantes de 2023.
O plano de um aeroporto internacional em Caxias do Sul pode potencializar o turismo na região, em meio à concorrência com Gramado e Canela.
Por outro lado, o Acordo Mercosul - União Europeia gera preocupações, com rótulos brasileiros enfrentando concorrência acirrada de vinhos europeus.