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Vibradores, vulva de pelúcia e WhatsApp: a educadora sexual que defende direito ao prazer de mulheres da periferia

Mulheres do Parque Analândia redescobrem prazer e autoestima com projeto de educação sexual. A iniciativa visa empoderá-las, promovendo autoconhecimento e direitos sexuais em meio a vulnerabilidades sociais.

Mulheres do Parque Analândia, favela em São João de Meriti (RJ), estão redescobrindo sua sexualidade e autoconhecimento através da personagem virtual Ana Autoestima. Criada pela empresa social Tabu Tabu, a iniciativa promove educação sexual via grupos de WhatsApp.

Ana Autoestima é uma personagem negra, empoderada e estilosa, que busca romper estigmas e promover o prazer entre as mulheres da comunidade, onde o acesso a informações é escasso. As participantes relatam experiências transformadoras, como aprender a dizer "não" no sexo e descobrir o prazer próprio.

A educadora sexual Laura Ramos Tomás, cocriadora do projeto, destaca a falta de informações adequadas no sistema de saúde. As mulheres, muitas vezes, enfrentavam estigmas e abordagens inadequadas. O projeto, iniciado em 2021 e lançado em 2023, já alcança 200 mulheres em quatro favelas.

Entre as participantes, Taís e Evelyn compartilham como a personagem as ajudou a elevar a autoestima e se conhecer melhor. Taís menciona: "Eu não sabia que a minha perereca tinha tanta parte!". As rodas de conversa são momentos de aprendizado e troca de experiências.

A equipe usa métodos lúdicos, como uma vulva de pelúcia, para ensinar anatomia e saúde sexual. Além disso, o projeto oferece itens para autocuidado, promovendo a importância do prazer e do conhecimento do próprio corpo. No final de um encontro, mulheres receberam vibradores, simbolizando a liberdade de explorar a sexualidade.

No encerramento da atividade, todas unidas gritaram em uníssono: "Vulva!". O projeto não apenas transforma a vida sexual, mas também empodera as mulheres para que tomem decisões em outras áreas de suas vidas.

Segundo Laura, essa luta por autonomia ajuda as mulheres a se sentirem preparadas para enfrentar desafios no trabalho e na vida pessoal, redefinindo suas histórias.

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