‘Verdadeiro centro de arrecadação de propinas’, diz MP sobre policiais que extorquiam funkeiros
Policiais civis de Santo André são acusados de extorquir influenciadores por meio de propinas relacionadas a rifas ilegais. Investigação revela a estrutura de uma organização criminosa dentro da corporação.
Polícia Federal e Gaeco prendem quatro policiais civis de Santo André por corrupção. A ação ocorreu em 25 de agosto e faz parte da Operação Latus Actio, que investiga ligações entre produtores de funk e o PCC.
A corrupção foi descoberta através de análise de mensagens de celulares apreendidos em investigações anteriores. Os policiais do 6.º DP teriam formado uma organização criminosa, estruturada para cometer congruências de crime de corrupção passiva.
Os promotores afirmam que o grupo estabeleceu um “centro de arrecadação de propinas” no distrito policial. O esquema envolvia a criação de procedimentos VPIs para investigar rifas ilegais, mas servia, na verdade, para solicitar propinas de influenciadores.
O chefe dos investigadores, Fábio Marcelo Fava, teria liderado a organização e protegido outros policiais envolvidos. Também estão sendo investigados Adriano Fernandes Bezerra, Magally Ivone Rodrigues, Múcio de Assis Ladeira e Wilson Roberto Ribeiro.
Mensagens trocadas revelam conspiração e o uso de VPIs para diferentes influenciadores, evitando chamar atenção. O Gaeco encontrou referências a pagamentos de propina e autorizou buscas e quebra de sigilos bancários dos policiais.
O Estadão está em busca de contato com as defesas para colher manifestações sobre o caso.