Venezuelano pede US$ 1,3 milhão ao governo Trump por deportação
Venezuelano alega maus tratos durante detenção em centro de imigração dos EUA. Ele busca indenização após ser deportado para El Salvador sem histórico criminal e em condições precárias.
Neiyerver Adrián Leon Rengel, um venezuelano de 27 anos, entrou com um processo contra o DHS (Departamento de Segurança Interna dos EUA) por sua detenção e deportação para El Salvador.
Rengel, ex-barbeiro no Texas, busca indenização de US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 7,2 milhões) após sofrer maus tratos durante os 4 meses em que esteve no Cecot (Centro de Confinamento de Terrorismo).
A queixa é o primeiro passo legal antes de uma possível ação judicial e, segundo o The New York Times, é a primeira registrada entre os 252 venezuelanos deportados em março.
Rengel foi preso em seu aniversário, em 13 de março, sob alegação de ligação com a gangue Tren de Aragua, a qual nega. Sua família não conseguiu contatá-lo por mais de 1 mês após a deportação, e seu número de ID desapareceu do sistema de rastreamento de imigrantes.
A deportação foi realizada com base na Lei de Inimigos Estrangeiros, uma legislação raramente utilizada. A medida fazia parte das promessas de deportações em massa do governo de Donald Trump.
Uma investigação revelou que, entre os deportados, pelo menos 32 tinham históricos criminais, enquanto a maioria não tinha. Os advogados de Rengel informam que ele não possui antecedentes nos EUA, exceto por uma contravenção em novembro de 2024.
Rengel denunciou as más condições no Cecot, onde ficou confinado com quase 20 outros venezuelanos em uma cela de 3 metros quadrados. As instalações eram limpas apenas uma vez por semana e os detentos tinham acesso limitado a medicamentos e comunicações.
Rengel entrou nos EUA em junho de 2023. Sua solicitação de Status de Proteção Temporária ainda estava em análise quando foi detido. Ele foi libertado na semana passada e atualmente reside em Miranda, na Venezuela, com sua filha Isabela, afirmando que não pretende retornar aos EUA.