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Venezuela rejeita ordem da CIJ de suspender eleições em área disputada com Guiana

A Venezeula desconsidera ordem da CIJ enquanto se prepara para realizar eleições no território disputado de Essequibo. A Guiana celebra a decisão do tribunal, reiterando seu compromisso com o direito internacional e a resolução pacífica da disputa.

A Venezuela rejeitou, nesta sexta-feira, 2, uma ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU para suspender eleições no Essequibo, um território em disputa com a Guiana. O país afirmou que não reconhece a jurisdição da CIJ.

A Venezuela reivindica a soberania sobre o Essequibo, que possui 160.000 km² e é rico em recursos naturais, com uma disputa centenária que ganhou novo impulso em 2015, após a descoberta de petróleo pela ExxonMobil.

A Guiana levou a questão à CIJ, que determinou que a Venezuela deve “abster-se de realizar eleições” na área. As eleições estão marcadas para 25 de maio e serão as primeiras para autoridades venezuelanas em Essequibo.

A Venezuela declarou que "não reconhecerá" a decisão da CIJ, que foi solicitada pela Guiana, que teme danos irreparáveis. A CIJ não possui meios para executar suas decisões.

Em dezembro de 2023, a CIJ já havia ordenado que a Venezuela se abstivesse de ações que alterem o status quo. Contudo, Caracas realizou um referendo e aprovou uma lei transformando o Essequibo no 24º Estado do país, contestada pela Guiana.

O presidente guianês, Irfaan Ali, celebrou a decisão da CIJ, afirmando que a postura da Guiana está alinhada com o direito internacional. A ExxonMobil prevê produzir 1,3 milhão de barris diários até o final da década na Guiana, enquanto a produção venezuelana caiu para 900.000 barris diários.

A Venezuela considerou as medidas da Guiana "abusivas" e defendeu um acordo de 1966 com o Reino Unido que matizou a decisão de 1899 sobre as fronteiras.

O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, alertou a Venezuela sobre as consequências de um "ataque" à Guiana. O presidente Nicolás Maduro respondeu que "a Venezuela não é ameaçada por ninguém".

As tropas venezuelanas estão em "alerta" por um suposto plano de ataque na Guiana. O PSUV nomeou o almirante Neil Villamizar como governador do Essequibo. A Guiana advertiu que autoridades venezuelanas na região serão acusadas de "traição".

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