Venezuela rejeita ordem da CIJ de suspender eleições em área disputada com Guiana
Venezuela desafia ordem da ONU e mantém planos para eleições no território em disputa de Essequibo. Governo de Nicolás Maduro critica a decisão da Corte Internacional de Justiça e reafirma sua soberania sobre a região rica em petróleo.
A Venezuela rejeitou uma ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, para suspender as eleições no Essequibo, uma região em disputa com a Guiana, rica em petróleo.
O país alega soberania sobre o território de 160 mil km² após a descoberta de petróleo pela ExxonMobil em 2015. A Guiana levou a disputa à CIJ, que determinou que a Venezuela deve "abster-se de realizar eleições" na área.
As eleições, marcadas para 25 de maio, visam escolher autoridades pela primeira vez. A Venezuela afirmou não reconhecer a jurisdição da CIJ e não acatará suas decisões.
O comunicado guianês destaca que a corte decidiu a pedido da Guiana, que teme "danos irreparáveis" com as eleições. A CIJ já havia ordenado à Venezuela que se abstivesse de ações que alterassem o status quo no Essequibo em dezembro de 2023.
A Venezuela promoveu um referendo sobre a região e, posteriormente, aprovou uma lei para transformá-la no 24º Estado do país, contestada pela Guiana e outros países.
ExxonMobil prevê uma produção de 1,3 milhão de barris diários na Guiana até o final da década. Em contraste, a produção da Venezuela caiu para 900 mil barris diários.
O Ministério das Relações Exteriores da Guiana respondeu à Venezuela, afirmando não ter intenções de negociar sobre a disputa. A Guiana defende um acordo de 1899 que estabelece as fronteiras atuais, enquanto a Venezuela apela para um acordo de 1966.
O presidente guianês, Irfaan Ali, celebrou a decisão da CIJ, reforçando a postura da Guiana em conformidade com o direito internacional.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) nomeou o almirante Neil Villamizar como governador de Essequibo, enquanto a Guiana advertiu que autoridades venezuelanas na área serão presas por "traição".