Venezuela acusa Bukele de abusos contra migrantes em prisões de El Salvador

Procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou investigação sobre o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e dois funcionários por maus-tratos a venezuelanos detidos no país centro-americano.

Os detidos enfrentaram violações de direitos humanos, incluindo abuso sexual, espancamentos e privação de atendimento médico. Eles também receberam alimentos que os deixaram doentes.

A denúncia surgiu após a libertação de mais de 250 venezuelanos do Centro de Confinamento do Terrorismo, em troca da devolução de cidadãos americanos e presos políticos por Caracas.

Além de Bukele, Saab mencionou o ministro da Justiça, Gustavo Villatoro, e o diretor-geral de centros penais, Osiris Luna Meza. Durante coletiva, foram mostrados vídeos de ex-detidos relatando torturas.

O gabinete de Bukele não respondeu ao pedido de comentários, mas o presidente comentou sobre o acordo de troca, sem abordar os abusos. Ele afirmou: "O regime de Maduro ficou satisfeito com o acordo..."

Os deportados, enviados pela administração Trump em março, atraíram críticas de grupos de direitos humanos, com relatos de que alguns foram detidos por engano.

Na Venezuela, ex-detidos estão passando por avaliações médicas e nem todos têm antecedentes criminais graves.

A oposição venezuelana celebrou a libertação de alguns prisioneiros, mas afirmou que quase mil pessoas seguem detidas por razões políticas e que houve novas prisões recentemente.