'Vender com Selic alta é como velejar sem vento: tem que ser na técnica', diz presidente da C&A
Paulo Correa, presidente da C&A Brasil, se prepara para o show da Lady Gaga no Rio, que marca um momento positivo para a empresa após anos desafiadores. A varejista, que passou por uma reestruturação e se adaptou ao mercado de moda rápida, projeta crescimento e inovação em meio à concorrência acirrada.
Paulo Correa, 60, presidente da C&A Brasil, está entusiasmado com o show de Lady Gaga no dia 3 no Rio de Janeiro, onde a marca é patrocinadora. Depois de 20 anos em São Paulo, ele fala sobre a transformação da C&A.
Após a chegada da Shein ao Brasil, a C&A enfrentou dificuldades, com dívidas aumentando em 48% e lucros caindo quase 100%. Contudo, em 2024, a companhia reverteu o rombo, alcançando R$ 452,5 milhões de lucro e aumentando sua receita para R$ 7,6 bilhões.
A inovação com inteligência artificial acelerou o processo de identificação de tendências de moda, permitindo uma produção sob demanda mais rápida. Correa acredita que a concorrência fortalece o mercado e defende uma isonomia tributária para empresas brasileiras.
Correa vê a alta dos juros como um desafio para os negócios e enfatiza a necessidade de uma experiência de compra superior para atrair consumidores. Ele destaca a importância da tecnologia e da velocidade de resposta em um setor impactado por mudanças climáticas e tendências instantâneas.
A C&A procura atender um público com espírito jovem, focando nas redes sociais, especialmente o TikTok, onde experimenta novas funcionalidades para se conectar com consumidores. O programa Minha C&A permite que clientes se tornem influenciadores.
Correa também menciona um compromisso crescente com diversidade, buscando aumentar a presença feminina em lideranças e apoiar a inclusão.
A C&A, que foi fundada em 1976 no Brasil, hoje opera com 331 lojas e 15 mil funcionários, seu principal desafio continua sendo a adaptação a um público em rápida mudança.