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Vendas trimestrais da Hermès são prejudicadas com fraca demanda por artigos de luxo na China

Hermès enfrenta queda nas vendas devido à desaceleração da demanda na China, mostrando que até marcas de luxo icônicas não estão imunes à crise. Apesar de crescimento nas vendas em outras regiões, expectativas de recuperação no mercado chinês permanecem incertas.

Vendas da Hermès no primeiro trimestre de 2025 foram afetadas pela desaceleração da demanda chinesa, evidenciando desafios no setor de luxo. Vendas na região Ásia-Pacífico, exceto Japão, subiram apenas 1,2% a taxas de câmbio constantes, abaixo da expectativa de 4%.

Ao todo, as vendas no período atingiram 4,1 bilhões de euros, com um crescimento de 7,2%, ligeiramente abaixo das estimativas. Após a divulgação, as ações da Hermès caíram 4,2%, mas recuperaram parte das perdas, encerrando com baixa de 0,9%.

O mercado de luxo enfrenta um crescimento lento, especialmente devido à contenção de compras pelos consumidores chineses. A situação se agravou com a imposição de tarifas de 10% pelo presidente dos EUA sobre importações da União Europeia.

A Hermès planeja aumentar os preços nos EUA a partir de 1º de maio e acredita poder compensar o impacto das tarifas. Embora o desempenho na China tenha sido comprometido pela retração do mercado imobiliário, o diretor financeiro notou que não houve mudanças percebidas na demanda nos EUA em abril.

A fabricante de conhaque Pernod Richard também foi afetada pela fraca demanda na China. Enguerrand Artaz, gestor de fundos, mencionou que o setor de luxo pode estar perto de se recuperar, com sinais de melhora no consumo na China.

A Hermès continua a superar concorrentes devido à sua base de clientes ricos e seu modelo de produção escassa que garante exclusividade. Suas vendas cresceram em todas as regiões, com destaque para as Américas, que tiveram um aumento de 11%.

A LVMH, outra gigante do setor, registrou vendas trimestrais abaixo do esperado e a receita caiu 11% na região com a China, que representa 30% de suas vendas, comparado com 48% da Hermès.

A capacidade da Hermès de lidar melhor com a queda na demanda elevou seu valor de mercado, tornando-a a empresa de luxo mais valiosa do mundo. O CFO destacou que a confiança dos investidores no grupo permanece forte durante períodos de turbulência financeira.

O modelo de negócios da Hermès garante que a demanda por sua famosa bolsa Birkin supera a oferta, com preços que podem alcançar 10.000 euros em Paris e valores mais altos no mercado de revenda. A avaliação da empresa chegou a ultrapassar 300 bilhões de euros em fevereiro, mas a guerra comercial global levantou preocupações no setor de luxo.

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