Vendas da Hermès desaceleram com queda na demanda chinesa por produtos de luxo
Desempenho abaixo das expectativas reflete a queda na demanda entre compradores chineses, impactando as vendas globais da marca. Apesar disso, a Hermès mantém sua posição de liderança no setor de luxo com forte exclusividade e estratégia de preços.
Vendas da Hermès no início do ano foram afetadas por uma desaceleração da demanda chinesa, evidenciando a fragilidade do setor de luxo.
No primeiro trimestre, as vendas na Ásia-Pacífico (exceto Japão) cresceram apenas 1,2%, inferior ao esperado 4%.
No total, as vendas atingiram € 4,1 bilhões (US$ 4,7 bilhões), com crescimento de 7,2%, também abaixo das projeções. As ações caíram até 4,2% nas negociações em Paris.
A Hermès, famosa pela bolsa Birkin, enfrenta um cenário desafiador, com a demanda chinesa em queda. O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 10% sobre importações da UE, complicando ainda mais a situação.
Para mitigar os efeitos das tarifas, a Hermès planeja aumentar os preços nos EUA a partir de 1º de maio.
O desempenho ruim na China foi atribuído ao menor tráfego nas lojas e a uma base de comparação elevada. Outros fabricantes de luxo, como a Pernod Richard, também foram afetados.
A Hermès se destaca entre seus concorrentes, atendendo a clientes ricos com menos impacto de crises econômicas, e mantém um forte poder de precificação e listagens de espera para produtos exclusivos.
As vendas cresceram em todas as regiões, com as Américas registrando um aumento de 11%.
Em contraste, a LVMH reportou vendas abaixo do esperado, com receita na China caindo 11%. A região representa 30% das vendas da LVMH e 48% da Hermès.
O modelo de negócios da Hermès, com oferta restrita, garante alta demanda, especialmente por suas bolsas de prestígio, que podem alcançar preços elevados no mercado de revenda.
Em fevereiro, a avaliação da Hermès superou € 300 bilhões, embora as tensões comerciais globais afetem negativamente o setor de luxo.