Venda de máquinas agrícolas sobe 21%, mas tarifa dos EUA reduz ânimo do setor
Cenário de crescimento da indústria de máquinas agrícolas se torna incerto após nova tarifa dos EUA. Setor enfrenta desafios devido ao impacto nas culturas afetadas e a previsões de dificuldades econômicas.
Industria de máquinas agrícolas enfrenta incertezas após altas expressivas nas vendas.
Após um crescimento de 30% em maio e 20,7% em junho, a Abimaq revisa projeções devido ao "efeito tarifaço" dos EUA. A previsão inicial era de 9% de alta acumulada para o ano, superior aos 8% esperados.
Aumento nas vendas foi impulsionado por feiras agrícolas como Agrishow e Tecnoshow, com crescimento de 22,8% de janeiro a maio. No entanto, a tarifa adicional de 40% sobre o Brasil gera incertezas sobre o impacto em segmentos como café, laranja e bovinos.
O presidente da Câmara de Máquinas e Implementos Agrícolas, Pedro Estevão, alerta que a nova tarifa complica previsões. O suco de laranja é uma das raras exceções nas novas tarifas, que não incluem tratores e colheitadeiras.
No primeiro semestre de 2025, a indústria de máquinas teve vendas de R$ 33,19 bilhões, com 27.415 tratores e colheitadeiras, alta de 15,4% comparado ao mesmo período de 2024. Vendas em junho foram de R$ 6,3 bilhões, 12,2% acima do ano anterior.
Enquanto o comércio local cresceu 19,1%, exportações recuaram 13,5%, principalmente para os EUA. As vendas aumentaram para Argentina (+55,3%), Peru (+18,5%) e Chile (+12,1%).
Estevão destaca a insegurança crescente entre outras atividades agrícolas, apesar da recuperação positiva no cenário anterior, ficando cauteloso com a repercussão da nova tarifa nos próximos meses.