‘Vemos alguns sinais de que a economia já está esfriando’, afirma economista-chefe do Bradesco
Economista do Bradesco ajusta previsões de crescimento do PIB e aponta sinais de desaceleração. Mesmo assim, descarta recessão técnica, destacando a redução do desemprego e programas governamentais como fatores estabilizadores.
Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, revisou a expectativa de crescimento do Brasil no primeiro trimestre de 2023. A previsão inicial era de 1,8%, mas o IBGE anunciou 1,4%.
Honorato disse que o resultado foi um pouco abaixo do esperado, principalmente devido a gastos governamentais menores do que projetados. No entanto, considera o PIB ainda forte.
Com a alta da taxa de juros, ele observa sinais de desaceleração econômica no segundo trimestre, especialmente nas importações e no crédito.
Para 2025, espera um crescimento de 1,9%, mas acredita que a previsão pode melhorar. Também descarta o risco de recessão técnica, citando uma queda acentuada no desemprego e programas sociais como o crédito consignado e liberação do FGTS.
Em entrevista ao Estadão, destacou que:
- “O PIB veio um pouquinho mais baixo do que a gente imaginava.”
- “Tem uma chance de a economia surpreender novamente neste ano.” (crescimento de até 2,5%)
- Gasto público ajudou a sustentar a recuperação econômica desde a pandemia.
Honorato apontou que o déficit em conta corrente está aumentando, e o desemprego caiu, indicando que a economia cresce acima do potencial. O investimento está voltando e ajudando a reduzir o déficit externo.
O analista acredita que o Banco Central deve pausar o aumento da Selic e que a inflação, controlada, permitirá cortes de juros no futuro.
Ainda assim, é previsto um esfriamento econômico no segundo semestre, com taxas de crescimento abaixo do potencial.
Sobre a dívida pública, Honorato observou que não há um número mágico para avaliar a crises iminente, mas que a confiança dos investidores será crucial para a percepção da dívida brasileira.
Resumo: Apesar de ficar abaixo da expectativa inicial, o desempenho do PIB continua forte. Sinais de desaceleração e investimento crescente marcam o cenário econômico, com a possibilidade de um futuro corte na Selic se a inflação permanecer baixa.