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Varejo ainda oscila entre a restrição por juros altos e os estímulos à demanda

Desaceleração nas vendas do varejo indica efeitos do aperto monetário, com alta modesta em setores específicos. Economistas alertam para o impacto contínuo das taxas de juros elevadas e do endividamento das famílias.

Vendas do varejo apresentam segunda queda mensal, segundo IBGE. Dados indicam que o aperto da política monetária está surtindo efeito, mas a desaceleração da demanda interna será gradual.

Em maio, as vendas no varejo restrito caíram 0,2%, após recuo de 0,4% em abril. No varejo ampliado, houve crescimento de 0,3%.

No acumulado de 12 meses, as altas foram significativas: +3,0% no restrito e +2,4% no ampliado.

A análise da XP destaca que 6 em cada 10 atividades de varejo aumentaram em maio, com destaques para:

  • Produtos Farmacêuticos, Higiene Pessoal e Cosméticos: 5º ganho consecutivo.
  • Vestuário e Calçado: 4ª alta consecutiva.
  • Hiper/Supermercados: aumento de 2,3% no acumulado do ano.

No entanto, o grupo de Combustíveis e Lubrificantes registrou a terceira queda consecutiva, assim como “Outros Artigos Pessoais e Domésticos” e “Atividades de Cash & Carry”.

A XP ressalta a necessidade de cautela: “As vendas no varejo corroboram nosso cenário de desaceleração gradual da demanda interna” e indicam resiliência em setores sensíveis à renda.

Luis Otávio Leal, da G5 Partners, observa que a despesa do varejo ampliado sugere uma desaceleração, mas é natural após alcançar o maior patamar histórico.

Claudia Moreno, do C6, projeta crescimento de 1,5% no varejo ampliado até 2025, menor que o aumento ocorrido em 2024.

A expectativa de crescimento do PIB é de 2% em 2025, impulsionado por estímulos do governo, com a Selic mantida em 15% até o final de 2026.

Rafael Perez, da Suno Research, acredita que a recente moderação na economia reflete o efeito da política monetária restritiva, além do elevado endividamento das famílias.

Para André Valério, o resultado de maio não foi tão ruim, mas as quedas no índice foram influenciadas por combustíveis e hipermercados, prevendo perdas graduais pelo resto do ano.

Leonardo Costa, economista do ASA, observa que os avanços no acumulado do ano são modestos, ressaltando uma desaceleração contínua do consumo.

Igor Cadilhac, do PicPay, projeta uma desaceleração moderada, sustentada pelo mercado de trabalho aquecido e massa salarial robusta, com crescimento de 2% para o setor em 2025.

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