"Vai piorar antes de melhorar", diz brasilianista sobre crise entre Brasil e EUA
Brasil enfrenta crescente tensão diplomática com os EUA após tarifas e sanções, enquanto analistas preveem possíveis escaladas. A relação entre Lula e Trump se complica em meio a declarações provocativas e a situação jurídica de Jair Bolsonaro.
A crise diplomática entre Brasil e EUA:
O brasilianista Brian Winter não vê condições para um cessar-fogo e acredita que a situação vai piorar. O governo dos EUA anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e revogou vistos de ministros do STF. Essas medidas são respostas ao tratamento dado pelo Judiciário ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por suposta tentativa de golpe.
Na sexta-feira, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal e recebeu tornozeleira eletrônica. Trump classificou o tratamento como uma "caça às bruxas". Winter, ex-editor da revista Americas Quarterly, afirma que Trump não deve recuar das sanções e prevê novas medidas contra o Brasil.
Winter aponta dois motivos para o embate: o baixo custo de se confrontar o Brasil e o aspecto pessoal da relação entre Trump e Bolsonaro, que se assemelha à própria situação de Trump nos EUA.
Ele alerta que o confronto pode intensificar se Bolsonaro for preso, e menciona que ambos os lados parecem engrossar as tensões em vez de buscar soluções pacificadoras.
Winter classifica o Brasil como uma democracia, mas com restrições à liberdade de expressão nos últimos anos, e não concorda que o Brasil seja um regime autoritário. No entanto, reconhece que o governo atual pode estar percebendo vantagens políticas no conflito, dada sua popularidade em queda.
As relações Brasil-China podem ser afetadas, pois a China busca expandir influência no hemisfério ocidental. Winter sugere que a duração da crise influenciará o futuro alinhamento do Brasil no contexto global.
Resumo sobre a entrevista:
- Winter não vê cessar-fogo e antecipou mais sanções.
- Trump considera o Brasil um alvo de baixo custo.
- Ambos os lados parecem seguir no conflito.
- Brasil é visto como uma democracia, mas com restrições à liberdade de expressão.
- A China pode se beneficiar da crise atual.