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Vacinação infantil está abaixo das metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações

Queda nas coberturas vacinais infantis no Brasil se intensifica desde 2020, mas dados de 2023 indicam um leve avanço. O abandono vacinal persiste como um problema crônico, especialmente entre vacinas que requerem múltiplas doses, aumentando o risco de reintrodução de doenças controladas.

Queda nas coberturas vacinais infantis no Brasil

Desde 2015, o Brasil enfrenta uma queda contínua nas coberturas vacinais infantis, exacerbada a partir de 2020. Contudo, o ano de 2023 começa a mostrar melhoras, conforme o Anuário VacinaBR 2025, do Instituto Questão de Ciência (IQC) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em parceria com o Unicef.

O relatório analisa dados do DataSUS e do IBGE e aponta o abandono vacinal como problema crônico. Vacinas com múltiplas doses, como a tríplice viral, têm taxas de evasão acima de 50% em alguns estados, comprometendo a imunização e aumentando o risco das doenças controladas.

Em 2023, apenas quatro estados atingiram a meta de 95% para a primeira dose da vacina tríplice viral; 14 estados têm cobertura abaixo de 50% para o esquema completo.

Para a poliomielite, o Brasil não atinge a meta de 95% desde 2016. Em 2023, menos de 20% da população vive em municípios que cumprem essa meta.

Outras vacinas, como meningite C, HPV e BCG, também apresentam índices preocupantes de adesão.

Isabella Ballalai, da SBIm, destaca que o sarampo é um exemplo do risco de retorno de doenças erradicadas. Disparidades regionais agravam a situação, criando "bolsões de baixa cobertura".

O relatório também indica que a região Norte é a mais vulnerável, com Estados como Acre e Amapá apresentando os piores índices. O Rio de Janeiro e outros estados populosos também não atingiram as metas.

A análise aponta que 80% da população vive em municípios que não atingem as metas do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Paulo Almeida, do IQC, observa que a queda na cobertura vacinal não pode ser atribuída a uma única causa, refletindo fatores como acesso à informação e confiança nas instituições.

O aumento do movimento antivacina, impulsionado por discursos durante a pandemia, também pode ter afetado a credibilidade das políticas vacinais.

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