Uso de cannabis entre idosos quase dobrou nos últimos 4 anos
Estudo revela que o uso de cannabis medicinal entre idosos nos EUA cresceu quase 50% em quatro anos, destacando benefícios importantes para a saúde dessa faixa etária. A pesquisa indica que a popularização do uso se concentra entre mulheres brancas com maior nível educacional e renda, refletindo desigualdades no acesso às terapias.
Idosos (re)descobrem a cannabis: pesquisa do governo dos EUA, publicada no JAMA, revela aumento de 45,6% no uso medicinal entre adultos com mais de 65 anos de 2021 a 2023.
Esse fenômeno reflete uma tendência global e um crescente interesse pela cannabis em tratamentos de diversas patologias. O uso aumentou de 4,8% para 7,0%% na população total de idosos nos EUA nesse período.
Em 2005, apenas 1% dos idosos utilizava cannabis; esse número saltou para 4,2% em 2018. Mulheres brancas, com ensino superior e alta renda lideram essa revolução, indicando privilégios de acesso à terapia.
Os autores do estudo sugerem que profissionais de saúde devem promover conversas abertas sobre o uso de cannabis entre idosos.
Outro estudo de 2025 identifica as preferências de uso:
- Produtos orais, como extratos e comestíveis;
- Formas fumadas ou vaporizadas.
A maioria prefere produtos ricos em CBD e com baixo THC, revelando uma necessidade de educação sobre o potencial terapêutico do THC.
Ambos os estudos indicam melhorias significativas em dor, sono e qualidade de vida, além de redução no uso de medicamentos. No Brasil, a curiosidade e a demanda por cannabis medicinal entre idosos crescem.
O geriatra Filipe Gusman observa um aumento significativo no interesse por cannabis como alternativa à polifarmácia, especialmente no alívio de dores crônicas e sintomas de doenças degenerativas.
Os maiores benefícios observados incluem:
- Redução da dependência de medicamentos;
- Alívio de dores crônicas e oncológicas;
- Benefícios em distúrbios do sono, náuseas e perda de apetite.
No entanto, o acesso ainda é um desafio, com preços que ultrapassam R$ 300 em farmácias. Os efeitos colaterais raramente são severos e, por vezes, desejáveis.
A cannabis se destaca como uma valiosa ferramenta para o cuidado de idosos, especialmente em um Brasil que enfrenta um rápido envelhecimento populacional.