‘Usar o IOF com fim arrecadatório é um abuso de poder’, diz Alexandre Schwartsman
Schwartsman critica aumento do IOF como um abuso fiscal e reflete sobre a fragilidade da política econômica atual. Ele enfatiza que essa medida impactará negativamente o crédito, principalmente para pequenas e médias empresas.
Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, critica o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), considerando-o “um abuso de poder”. Ele afirma que a medida visa aumentar a arrecadação para cumprir metas fiscais.
Em entrevista ao Estadão, Schwartsman diz que o uso do IOF demonstra um esgotamento da capacidade de gerar impostos de qualidade e revela uma agenda arrecadatória da Receita Federal.
Schwartsman ressalta:
- O IOF é um imposto regulatório e não deve ser usado para arrecadação.
- O aumento do IOF impactará negativamente o custo de crédito, especialmente para pequenas e médias empresas.
- A equipe econômica deve buscar eficiência tributária, não somente arrecadação.
Ele observa que o ministro da Fazenda está excessivamente influenciado pela Receita Federal, levando a uma agenda fiscal de pouco foco em justiça e eficiência tributária.
Schwartsman conclui que a falta de correção nos gastos públicos, especialmente em ano eleitoral, pode agravar crises fiscais. Apesar das dificuldades, ele acredita que o mercado está otimista em relação a possíveis correções futuras.
O ex-diretor também comenta que a reforma tributária pode ser neutra, mas sua implementação e efeitos positivos podem demorar.
Por fim, destaca que o Banco Central deverá interromper o aumento da taxa de juros, enquanto a política econômica enfrenta limites claros, com crescente endividamento e custos elevados de crédito.