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Única mineradora de terras raras no Brasil é dos EUA e exporta sobretudo para China

A Serra Verde, pioneira na extração de terras raras no Brasil, enfrenta desafios operacionais e suspensão da produção após um aumento significativo nas exportações. O interesse dos EUA por minerais críticos pode acelerar o desenvolvimento do setor, mas questões de viabilidade econômica e competitividade com a China permanecem.

O Brasil possui uma mineradora de terras raras em operação, a Serra Verde, que iniciou suas exportações no ano passado. No primeiro semestre de 2025, as exportações cresceram quase 700% em relação a 2024.

O embaixador interino dos EUA, Gabriel Escobar, manifestou interesse pelos minerais críticos brasileiros. As terras raras são essenciais para a fabricação de ímãs utilizados em carros elétricos, painéis solares, e tecnologia de defesa.

A Serra Verde, localizada em Minaçu, Goiás, é controlada por fundos americanos e britânicos. A mineradora planeja produzir 5.000 toneladas de óxido de terras raras anualmente, incluindo neodímio, praseodímio, térbio e disprósio.

Atualmente, a empresa enfrenta desafios operacionais e suspendeu suas atividades temporariamente. O processo de transformação do mineral em concentrado está previsto para levar entre 12 e 18 meses para desobstrução.

Exportação e preços: A Serra Verde exportou 480 toneladas neste ano, principalmente para a China. O preço médio de venda do concentrado foi de US$ 14 por quilo, inferior ao necessário para viabilização do projeto (US$ 25 a US$ 40).

O Brasil busca desenvolver suas cadeias de valor em minerais. O BNDES está investindo na Serra Verde para promover isso. Programas em Minas Gerais estão pesquisando ímãs permanentes de neodímio em larga escala.

André Pimenta, coordenador do Instituto de Terras Raras da FIEMG, destaca que o país deve transformar terras raras em tecnologia, ao invés de apenas exportar commodities. A Serra Verde, por sua vez, poderá beneficiar-se de sua posição nas negociações com os EUA.

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