Uma vitrine sem brilho
A rejeição das propostas de reforma do Novo Mercado pela B3 evidencia a crise na governança corporativa no Brasil. O cenário atual demanda diálogo e reflexão, em vez de respostas apressadas, para reconstruir a credibilidade do mercado.
Reforma do Novo Mercado fracassa: A proposta da B3, que visa alinhar a listagem da bolsa brasileira às melhores práticas internacionais de governança, foi rejeitada em votação recente.
A rejeição dos 25 itens deixou uma sensação de desapontamento no mercado, refletindo a profundidade da crise atual. Embora a proposta fosse considerada imperfeita, ela avançava em aspectos importantes.
Impactos econômicos: O ciclo monetário, com a Selic em 15%, e as dificuldades financeiras das empresas contribuíram para que as melhorias fossem vistas como custos adicionais, resultando na não aprovação.
Além disso, a recusa das companhias teve um componente de protesto em relação ao formato proposto para as modificações das regras do Novo Mercado.
Lições para os investidores: Muitos adotaram uma abordagem mais discreta durante a reforma, propondo agora a divulgação de pedidos públicos de apoio a pautas de governança.
A rápida reabertura de discussões pode agravar as relações entre os diferentes atores do mercado. Ideias como um novo segmento de listagem ou adoção voluntária das propostas poderiam reduzir a força do Novo Mercado e prejudicar a imagem do Brasil em índices globais.
A inação nesta reforma representa um custo de oportunidade significativo, contribuindo para um ambiente de negócios fragilizado. O Novo Mercado, apesar de ainda ser um segmento central, permanece aquém de seu potencial.
Autor: Fábio Coelho, presidente-executivo da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec).