Uma semana para o tarifaço: o que empresas e governo têm feito para tentar reverter medida de Trump
Empresas brasileiras buscam alternativas para enfrentar tarifas de 50% impostas pelos EUA. O setor privado tenta articular apoio local para suavizar os efeitos da nova taxação, enquanto o governo intensifica negociações em busca de soluções.
Empresários brasileiros enfrentam incertezas devido à tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos do Brasil, com efeito a partir de 1º de agosto.
Após o anúncio, o Brasil buscou alternativas, mas sem sucesso até agora. A tarifa de Trump reflete questões políticas, ligadas ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF. Segundo empresários, a balança comercial favorece os EUA, tornando as tarifas questionáveis.
Setores afetados:
- Suco de laranja: Quase 60% do suco consumido nos EUA vem do Brasil. Negociações em curso pela CitrusBR buscam apoio das importadoras americanas.
- Café: Representantes do Cecafé dialogam com a National Coffee Association para que o café seja isento da tarifa, destacando sua importância econômica nos EUA.
- Ferro-gusa: O setor, que gerou US$ 1,65 bilhão em receitas, teme paralisações se a tarifa for mantida, conforme afirma Fausto Varela Cançado do Sindifer.
O Instituto Brasileiro de Mineração, representado por Raul Jungmann, planeja negociações nos EUA para discutir medidas contra a tarifa.
Na esfera política, o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com o secretário de Comércio dos EUA, buscando aumentar laços comerciais e possivelmente adiar a tarifa.
A estratégia do governo brasileiro inclui diversificação de mercados para produtos que podem ser impactados pela tarifa, como suco de laranja, café e carne bovina. A preocupação principal gira em torno do estoque já produzido, que não pode ser facilmente redirecionado.
O governo também está formando um plano de contingência, incluindo medidas como linhas de crédito para empresas afetadas, conforme mencionou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.