Uma nova Bolsa no Brasil? Rival da B3 deve ser lançada neste ano com planos ousados
Base Exchange visa transformar o mercado financeiro brasileiro com proposta inovadora e descentralizada. Aprovação pela CVM e Banco Central é aguardada para impulsionar sua operação.
Base Exchange, uma iniciativa da Flowa (ex-Americas Trading Group), está em processo para se tornar uma nova Bolsa de Valores no Brasil.
A proposta é de descentralização e foco no participante do mercado. A operação aguarda autorizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central do Brasil, com expectativa de licença até o final de 2025 ou início de 2026.
A XP Investimentos avalia que o projeto pode impactar significativamente o setor de negociação de ações. A Base Exchange já possui tração entre instituições e plano técnico estruturado, além de financiamento garantido.
Fundada por Francisco Gurgel, a Bolsa busca competir com a B3, oferecendo eficiência, proximidade com o cliente e infraestrutura moderna. A equipe conta com mais de 150 funcionários.
A Flowa representa cerca de 10% do volume médio diário negociado na B3, demonstrando experiência no mercado.
O processo regulatório ocorre há dois anos. A CVM está prestes a iniciar testes sistêmicos, enquanto o Banco Central analisa documentos.
A Base Exchange estruturou uma estratégia de mutualização, prevendo a entrada de seis a oito participantes estratégicos, incluindo bancos e investidores institucionais.
Desenvolve conectores para os principais sistemas de pós-negociação do país, visando facilitar a integração com corretoras, enquanto o modelo de precificação permanece simples e inspirado no mercado australiano.
A Base Exchange não atuará inicialmente como depositária, mas sua tecnologia permite ciclos de liquidação mais curtos, como D+1 e D+0, o que pode reduzir riscos e aumentar eficiência.
O projeto é apoiado pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, garantindo suporte financeiro durante o processo regulatório.
A XP destaca que a concorrência local está se aproximando, com a Base Exchange mostrando capacidade de execução e clareza no modelo de negócios, atraindo liquidez a médio prazo.
Os analistas acreditam que a entrada de novos participantes poderá impactar as margens da B3 e a distribuição de valor, ainda que o cronograma regulatório funcione como um filtro natural.