Uma aposta infeliz da Caixa
Caixa Econômica Federal planeja lançar plataforma de apostas esportivas, buscando aumentar receitas em meio à queda dos rendimentos das loterias. Presidente da instituição defende a entrega de mais dividendos, apesar das preocupações sobre os impactos sociais das apostas na população.
Caixa Econômica Federal lançará uma plataforma de jogo esportivo on-line (bet) em breve, como estratégia para aumentar receitas, frente à queda de 10% nas loterias no primeiro trimestre.
O presidente, Carlos Vieira, também abordou o financiamento a empresas e crédito imobiliário para rendas entre R$8 mil e R$12 mil.
A Caixa se distancia de seu papel público, focando em lucros e dividendos, com menor pagamento ao Tesouro e déficits fiscais. O objetivo do banco não deve ser atender acionistas, mas promover o bem-estar social.
Em seu modelo, a Caixa financia o crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança e do FGTS, mas isso pode afetar a política monetária e a eficiência do mercado de crédito.
a Caixa, como principal operadora de loterias no Brasil, gera R$11 bilhões em 2023, com recursos destinados à Seguridade Social e Segurança Pública.
A expansão no mercado de bets levanta preocupações, especialmente por seus potenciais efeitos negativos sobre famílias vulneráveis. A pesquisa indica que as apostas on-line afetam significativamente as finanças pessoais.
De janeiro a março, os apostadores destinaram até R$30 bilhões mensais às bets, com 24 milhões de pessoas participando. Cerca de 5 milhões são do Bolsa Família, gastando R$3 bilhões. Entre os cadastrados, 17% apostam.
Com 10,9 milhões de apostas perigosas no Brasil, 66,8% são em bets, em comparação a 26,8% em outras modalidades.
O foco em resultados financeiros da Caixa contrasta com sua missão de preencher lacunas deixadas pelo setor privado e evitar atividades prejudiciais à saúde financeira e mental da população.