Um novo ciclo para o dólar e os impactos nos investimentos
Análises indicam que a desvalorização do dólar pode sinalizar uma mudança nas estratégias de investimento. Gestores globais estão reconsiderando a alocação de ativos, com potencial aumento de demanda por moedas emergentes.
Ponto de inflexão para o dólar?
Desde a posse do presidente Donald Trump, surgem questionamentos sobre o futuro do dólar. A desvalorização da moeda tem sido observada especialmente a partir de janeiro de 2025, refletindo um cenário similar ao pós-eleições de 2016.
Fatores da desvalorização:
- Projeções de crescimento do PIB dos EUA mais baixas.
- Pacotes fiscais em regiões como Europa e China.
- Redução na taxa de poupança líquida nos EUA.
- Aumento no financiamento estrangeiro.
Os profissionais do Itaú Unibanco, Rodrigo Lopes e Eduardo Coccaro, destacam que o dólar enfrenta um cenário conturbado, principalmente após a venda de ativos americanos por investidores internacionais devido a incertezas políticas.
Mudanças no mercado:
- Bolsa americana com valor de mercado elevado, mas gestores globais repensam sua alocação.
- Investidores europeus detêm 4,5 trilhões de euros em ações dos EUA.
- Possibilidade de aumento na demanda por outras moedas.
A posição vendida em dólar contra moedas desenvolvidas foi adicionada em carteiras recomendadas. As bolsas fora dos EUA estão se saindo melhor, e as de mercados emergentes podem se beneficiar ainda mais.
No Brasil, um ciclo de dólar fraco pode impactar positivamente a moeda local e a bolsa, apesar de fundamentos ainda fragilizados.
Reservas de valor:
Ainda que o dólar perca valor, sua função como moeda de reserva global se mantém. Outras moedas não apresentam características suficientes para assumir esse papel.
Nicholas McCarthy, diretor de estratégia de Investimentos do Itaú Unibanco.