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“Um mercado emergente problemático”: Caos de Trump implode os Treasuries

Investidores perdem confiança nos Treasuries, que costumavam ser considerados porto seguro. A situação reflete uma aversão generalizada aos ativos dos EUA, em meio a incertezas econômicas e políticas.

O cenário atual dos Treasuries é alarmante: ações em queda e títulos longos dos EUA desabando.

Yields dos Treasuries dispararam em um contexto de incerteza, com investidores questionando seu status de porto seguro, especialmente devido à administração Trump. Larry Summers, ex-secretário do Tesouro, destacou que estamos sendo vistos como um mercado emergente problemático.

Antes da virada, o yield dos Treasuries de 10 anos estava abaixo de 4%, mas subiu para 4,5% na terça-feira. O rendimento dos títulos de 30 anos alcançou 5%, um patamar não visto desde novembro de 2023, com a maior alta em mais de 40 anos.

Henry Allen, do Deutsche Bank, indicou que os Treasuries estão perdendo seu status tradicional de segurança. Há especulações de que a China pode ser culpada pelas vendas maciças de títulos, mas sem dados conclusivos disponíveis.

Louis-Vincent Gave, CEO da Gavekal, listou três possíveis razões para a desvalorização dos Treasuries:

  • Venda chinesa de títulos;
  • Vendedores internacionais reduzindo exposição aos ativos dos EUA;
  • Grandes participantes do mercado, como hedge funds, sendo forçados a cobrir posições.

Gave considera a terceira hipótese a mais plausível, afirmando que os mercados estão reagindo a motivos técnicos com mais vendedores que compradores.

Segundo Scott Bessent, secretário do Tesouro, investidores alavancados tiveram que cobrir perdas, embora não veja isso como um problema sistêmico, mas sim como uma desalavancagem normal.

Porém, Gave alerta para o elefante na sala: a possibilidade de os EUA terem atingido um ponto de ruptura fiscal, o que poderia piorar ainda mais as finanças do governo e elevar os yields.

Esse não é o primeiro caso em que os Treasuries falharam em cumprir seu papel de proteger contra quedas do mercado, repetindo uma situação observada em março de 2022.

Gave questiona a eficácia das políticas de juros longos da equipe econômica de Trump, ressaltando a urgência da situação diante da iminente recessão.

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