Um ano após enchentes, cerca de 380 pessoas seguem em abrigos no RS
Almerinda enfrenta dificuldades emocionais e logísticas após perder a filha e o marido devido à enchente em Canoas. A situação nos abrigos é crítica, com a maioria se preparando para fechar enquanto esperam por moradias permanentes.
Almerinda Veiga da Silva, 57 anos, está no seu quinto abrigo um ano após a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul, que alagou seu bairro, Rio Branco, em Canoas.
Ela foi separada do marido, que foi para um abrigo masculino, e ficou com a filha, com Síndrome de Down. “Perdi o marido por conta da enchente”, lamentou.
Atualmente, o único abrigo em funcionamento na cidade é o Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Esperança, com 216 pessoas. Ele deve ser fechado até o fim de maio. A estrutura oferece alimentação, assistência social e apoio para habitação.
Outro abrigo, em Porto Alegre, abriga cerca de 120 pessoas e também está em processo de desmobilização. Juntos, abrigam 93% das pessoas atendidas no estado, que já contou com mais de 80 mil pessoas em situação de abrigo.
- Claudio Joel Bello, de 43 anos, está no CHA Esperança e reclama da demora na conclusão do programa Compra Assistida, que visa a compra de casas.
- As demais pessoas no abrigo recebem auxílio de aluguel social ou moradia provisória.
- Almerinda está sem móveis e tenta conseguir doações.
- Josebete da Silva, de 47 anos, irá para um contêiner, mas acredita que será uma melhora em relação ao aluguel.
A prefeitura de Canoas anunciou a construção de 58 casas temporárias a serem concluídas até 15 de maio. Além disso, há trabalhos em andamento para 400 unidades habitacionais e um programa de reconstrução de até 210 casas com investimento de R$ 31 milhões.
Após a enchente, foram solicitadas 18.633 vistorias em imóveis, sendo que 5.502 foram avaliados como inabitáveis.
Com informações da Agência Brasil