UE pede à China que alivie restrições às terras raras para salvar montadoras
União Europeia solicita que China alivie restrições à exportação de materiais essenciais para a indústria automobilística. A escassez de terras raras e ímãs permanentes ameaça paralisar linhas de produção e aumentar tensões comerciais globais.
A União Europeia pressiona a China a flexibilizar restrições à exportação de materiais de terras raras, essenciais para a indústria automobilística, que enfrenta risco de paralisação.
O comissário de Comércio, Maroš Šefčovič, questionou o ministro Wang Wentao sobre a escassez de elementos durante reunião em 03 de outubro.
O novo sistema de licenciamento chinês atrasa entregas de materiais fundamentais para diversos produtos, incluindo carros e máquinas de lavar.
Em abril, a China impôs restrições à exportação de sete tipos de terras raras, após aumento de tarifas por parte dos EUA, causando impacto global, como a suspensão da produção de SUVs pela Ford em Chicago.
Šefčovič alertou sobre a situação alarmante da indústria automobilística europeia e mencionou que as montadoras estão enfrentando grandes dificuldades. Ele recomendou que produtos civis sejam isentos do licenciamento ou que aprovações anuais sejam facilitadas.
A China é responsável por cerca de 90% do processamento mundial de ímãs de terras raras. As restrições são vistas como pressão econômica nas tensões comerciais globais.
O comissário da Indústria, Stéphane Séjourné, anunciou projetos para diversificar o acesso a matérias-primas até 2030.
Nos EUA, o setor automotivo já havia alertado sobre grandes interrupções devido aos atrasos nas licenças.
Autoridades europeias relataram preocupações de vários países do bloco, discutindo o tema com líderes nacionais.
Maximilian Butek, da Câmara de Comércio Alemã, afirmou que o problema é um monstro burocrático e não uma ação deliberada da China contra empresas europeias.
Abigaël Vasselier, do think tank Merics, destacou que a indústria europeia é dano colateral na disputa entre China e EUA.
Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da UE na China, ressaltou o aumento na pressão diplomática para destravar as exportações.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que os controles são práticos internacionais e que Pequim está disposta ao diálogo para garantir a estabilidade das cadeias de suprimento.