Ucrânia e Rússia se acusam de romper cessar-fogo no Domingo de Páscoa
Acusações de violação do cessar-fogo marcam o Domingo de Páscoa na Ucrânia, enquanto Zelensky alerta sobre a continuidade dos ataques russos. A desconfiança prevalece entre os civis, tanto na Ucrânia quanto na Rússia, em meio a promessas não cumpridas.
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusa a Rússia de manter bombardeios durante trégua de Páscoa prometida por Vladimir Putin.
A trégua de 30 horas, iniciada no sábado, visava ser a pausa mais significativa nos combates em três anos, mas ambos os lados trocam acusações de ataques.
Desde o início da trégua, Zelensky relatou 59 casos de bombardeios russos e cinco ataques. Ele destacou que, nas primeiras seis horas, a Rússia realizou 387 bombardeios e 19 ataques, além de disparar quase 450 tiros de artilharia.
Zelensky criticou que os militares russos criam a impressão de cessar-fogo, enquanto continuam a atacar. “Essas palavras ressoam nos corações de todos os ucranianos,” afirmou, reforçando a fé da população após 1.152 dias de guerra.
A trégua foi anunciada por Putin como tendo “razões humanitárias” e após tentativas de mediação dos EUA. Zelensky, cético, disse que a Ucrânia agirá de acordo com as ações da Rússia, destacando a falta de confiança nas intenções de Moscou. “Não podemos confiar na Rússia,” afirmou.
No clima de desconfiança em Kiev, moradores expressaram dúvidas sobre o respeito à trégua. A lojista Olga Grachova afirmou: “Eles já renegaram sua promessa.”
Em contrapartida, em Moscou, o sentimento era oposto; Yevgeny Pavlov disse que não vê necessidade de dar tempo à Ucrânia e que devem pressionar até o fim.