“Tudo literalmente parou”: indústria de diamantes enfrenta crise com tarifas de Trump
Tarifas de importação impostas pelos EUA estão causando colapso no comércio de diamantes, com remessas reduzidas a um sétimo dos níveis normais. Negociantes alertam que a crise se compara ao impacto da pandemia de coronavírus no setor.
Indústria de diamantes, avaliada em US$ 82 bilhões, enfrenta crise severa.
Negociadores relatam que as operações "pararam completamente" devido a tarifas impostas por Donald Trump e à guerra comercial global.
As remessas pela Antuérpia, na Bélgica, caíram para cerca de um sétimo dos níveis habituais, impactando gravemente o mercado.
As tarifas de Trump incluem uma sobretaxa de 10% sobre importações de diamantes, além de tarifas variáveis de retaliação por país.
Enquanto outros minerais, como ouro e cobre, estão isentos, a inclusão dos diamantes gera descontentamento entre negociadores.
Os Estados Unidos são o maior consumidor, respondendo por cerca de 50% da demanda global, mas dependem totalmente das importações.
A Casa Branca "pausou" as tarifas recíprocas por 90 dias, mas a taxa de 10% já está em vigor, gerando incertezas.
Karen Rentmeesters, CEO do Antwerp Diamond Centre, comparou a situação atual a turbulências causadas pela pandemia de coronavírus, com remessas reduzidas.
Efeitos também são sentidos na Índia, que processa mais de 90% dos diamantes do mundo, podendo ser impactada por tarifas de 27% sobre produtos indianos.
Grandes empresas como Anglo American, dona da De Beers, enfrentam dificuldades financeiras, com redução de valor em US$ 4,5 bilhões nos últimos dois anos.
A Signet Jewelers, maior varejista de joias de diamantes, informou fornecedores que não arcará com novos impactos tarifários, exigindo que eles paguem as tarifas.