Trump rompe tradição histórica ao enviar a Guarda Nacional a Los Angeles sem aval de governador
Seis décadas após a mobilização da Guarda Nacional para proteger manifestantes pelos direitos civis, Trump a utiliza com o objetivo de coibir protestos e intimidar ativistas. A convocação sem o consentimento do governo estadual marca uma mudança significativa na aplicação dessa força.
Mobilização da Guarda Nacional ocorreu em momentos históricos distintos: em 1965, para proteger manifestantes negros; em 2020, para intimidar protestos.
O presidente Donald Trump enviou 2.000 agentes da Guarda Nacional para Los Angeles em 7 de junho, e dobrou o contingente com mais 2.000 agentes e 700 fuzileiros navais, conforme anunciado pelo Pentágono.
Essa mobilização se deu sem o avalo do governador da Califórnia, algo inédito desde 1965, quando o então presidente Lyndon B. Johnson a convocou para proteger manifestantes após o "Domingo Sangrento".
No "Domingo Sangrento", em 7 de março de 1965, cerca de 600 manifestantes foram atacados por policiais, gerando comoção nacional e levando à mobilização federal para garantir a marcha de Selma a Montgomery.
A mobilização de Johnson resultou na Lei dos Direitos de Voto de agosto de 1965, que eliminou barreiras discriminatórias. Em contraste, Trump utiliza a Guarda Nacional para reprimir protestos e desautorizar ações do governador Gavin Newsom.
A Guarda Nacional é tradicionalmente acionada em emergências e distúrbios civis, geralmente com a concordância das autoridades locais. Na Louisiana, após o furacão Katrina, o presidente George W. Bush não acionou a Guarda devido à oposição da governadora.