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Trump quer o 'Made in USA' de volta. Mas país tem indústria e logística para isso? Entenda desafios

Desafios na manufatura americana aumentam com tarifas de Trump, que dificultam a volta de empregos ao país. Empresários questionam viabilidade da produção local diante da escassez de mão de obra e infraestrutura.

Trump inicia guerra comercial com a promessa de trazer empregos de volta aos EUA, mas empresários estão céticos.

Sanjeev Bahl, da Saitex, mantém esperança. Sua fábrica em Los Angeles produz 70 mil calças jeans mensais, mas é sustentada por uma planta no Vietnã que fabrica 500 mil peças.

As tarifas de Trump desorganizaram cadeias de suprimentos e levantaram questões sobre a capacidade dos EUA em recuperar empregos. Segundo Matt Priest, CEO da Footwear Distributors and Retailers of America, o ecossistema de manufatura carece de trabalhadores, capacitação, tecnologia e apoio do governo.

A estratégia de Trump é contestada, especialmente com tarifas altas sobre países como o Vietnã, que exportam roupas e calçados. As tarifas permanecem em batalha judicial enquanto Trump promete mudanças contínuas na política comercial.

Bahl destaca a urgência gerada por essas políticas no gerenciamento das cadeias de suprimento. Os EUA carecem de tecelagens, fornecedores adequados e enfrentam um alto custo de mão de obra. Atualmente, 500 mil vagas estão abertas na manufatura americana.

O cenário é piorado pela repressão à imigração, resultando em empregos industriais migrando para países com populações jovens em crescimento. Muitos desejam reduzir a produção nos EUA, mas não querem trabalhar nas fábricas.

Na Saitex, a maioria dos trabalhadores é de países da América Central. O custo de um operador de máquina de costura é de US$ 4.000 por mês em LA, comparado a apenas US$ 500 no Vietnã.

Para apoiar o retorno de empregos, Bahl sugere isenções tarifárias para empresas que já produzem localmente. A Saitex envia algodão americano ao Vietnã para processamento, que é depois retornado a LA para montagem.

Sem um aumento significativo na produção local, insumos continuarão sendo importados. O investimento para transferir produção é alto, com Bahl relatando US$ 150 milhões no Vietnã e apenas US$ 25 milhões nos EUA.

Se as tarifas sobre o Vietnã forem mantidas, a Saitex pode ser forçada a redirecionar sua produção para mercados como a Europa, levantando a questão do futuro da fábrica em Los Angeles.

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