Trump quer incluir metais do fundo do mar em estoques estratégicos

Governo Trump propõe armazenamento de metais do Oceano Pacífico

O governo Trump está elaborando uma proposta para permitir o armazenamento de metais extraídos do leito do Oceano Pacífico. A medida visa reduzir a dependência dos EUA da China quanto a minerais essenciais para baterias, munições e fiação elétrica, conforme divulgado pelo Financial Times em 12 de abril de 2025.

Os nódulos polimetálicos, semelhantes a batatas, se formam sob alta pressão ao longo de milhões de anos e contêm níquel, cobre, cobalto e manganês, além de pequenas quantidades de minerais de terras raras.

A ideia é incluir esse material nos estoques estratégicos dos EUA, como já é feito com petróleo e outros metais.

O governo deseja acelerar a mineração em águas profundas sob legislação nacional, além de desenvolver a capacidade de processamento dos nódulos nos EUA. A proposta reforça a estratégia de ampliar a autossuficiência dos EUA em minerais críticos.

No passado, o governo Trump pressionou a Ucrânia por acordos de mineração, sugeriu a anexação da Groenlândia e cogitou incorporar o Canadá.

Recentemente, a China impôs novas restrições à exportação de terras raras, intensificando o uso estratégico desses materiais.

A proposta conta com apoio de congressistas republicanos, como Marco Rubio e Mike Waltz. O orçamento de defesa de 2024 já inclui um estudo sobre o uso militar dos nódulos.

Contudo, os EUA estão fora das discussões globais sobre mineração em alto-mar, pois não ratificaram a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982. Recentemente, a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos adiou a decisão sobre liberar operações em águas internacionais.

Enquanto isso, ambientalistas e países favoráveis a uma moratória alertam sobre os riscos à biodiversidade marinha e questionam a viabilidade econômica da atividade. A empresa canadense Metals Company já iniciou o processo para obter autorização de mineração nos EUA.