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Trump, protecionismo e a história como farsa

Medidas protecionistas de Trump buscam reindustrializar os EUA, mas histórico mostra riscos elevados. Especialistas alertam para possíveis consequências negativas na economia e na vida dos consumidores.

Donald Trump anunciou um pacote protecionista surpreendente em 2 de abril, batizado de "Dia da Libertação".

A tarifa média dos EUA deve aumentar de 2% para 24%, um patamar inédito nas últimas décadas. Trump defende que as altas tarifas reindustrializarão o país, prometendo fazer a América "great again".

A história comercial dos EUA é marcada pelo protecionismo. Após a Guerra Civil, as tarifas elevaram-se a quase 50%. O Norte industrializado buscava proteger seu mercado interno, resultando em um aumento das tarifas.

O historiador Robert Allen argumenta que altas tarifas ajudaram na industrialização dos EUA, permitindo que as fábricas resistissem à competição britânica.

Outra onda protecionista se deu em 1930, durante a Grande Depressão, com o presidente Hoover aumentando tarifas, o que resultou em retaliações e piorou a crise econômica.

No pós-guerra, os EUA reduziram tarifas com o Acordo Geral de Tarifas e Comércio, o que fomentou crescimento global, enquanto a liberalização ajudou a conter o comunismo.

Após a queda do Muro de Berlim, a China emergiu como líder industrial, enquanto o Ocidente, incluindo os EUA, experimentou desindustrialização.

A proposta protecionista de Trump possui respaldo histórico, mas o retorno ao passado é inviável. Os consumidores americanos enfrentarão escassez de bens e aumento da inflação devido ao tarifaço.

Uma forte reação política interna é esperada, e Trump provavelmente enfrentará consequências negativas por sua abordagem saudosista, afetando compatriotas e o mundo.

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