Trump pode dar empurrão no acordo do Mercosul-UE com tarifaço?
A escalada das tarifas impostas por Trump gera pressão sobre a posição da França em relação ao acordocom o Mercosul. Visita de Lula à França poderá influenciar negociações em meio ao clima tenso da guerra comercial.
Aumento de tarifas de Trump está ampliando a guerra comercial global.
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou implementar tarifas de 50% sobre as importações da União Europeia, o que pode influenciar a posição da França sobre o acordo com o Mercosul.
A visita de Estado do presidente Lula à França a partir de 4 de junho é crucial para a discussão do tema.
Apesar de boas relações, o presidente francês, Emmanuel Macron, é contra o acordo do Mercosul, considerando-o "inaceitável". O texto final aguarda aprovação de outros órgãos da UE.
Antoine Bouët, especialista, analisa que a elevação das tarifas pode fazer a França reconsiderar sua posição. Ele observa que setores como o automotivo e de vinhos estão preocupados com os impactos.
As tarifas foram inicialmente de 25% e aumentaram para 50%, com a aplicação do aço e alumínio já em vigor. A pressão dos agricultores franceses e a resistência de ecologistas também são fatores relevantes.
A oposição francesa ao acordo poder ser influenciada pela nova política tarifária dos EUA e suas consequências comerciais. O governo francês está em uma posição delicada e pode buscar ajustes no acordo para ter uma justificativa para aceitar.
Recentemente, o ministro francês das Finanças, Éric Lombard, indicou a necessidade de acelerar as discussões sobre o Mercosul devido às ameaças tarifárias. Contudo, o governo ainda se opõe ao acordo.
Francisco Villeroy de Gaulhau, presidente do Banco Central francês, sugeriu que o acordo com o Mercosul poderia suavizar as consequências das tarifas americanas.
A situação política na França dificulta a reversão da oposição ao acordo. Especialistas acreditam que, mesmo assim, o documento deve ser concluído, embora com potenciais concessões.
O Conselho Europeu é responsável pela ratificação e a França tenta bloquear o acordo, em coalizão com outros países como a Polônia e Itália.
A balança comercial entre Brasil e França, de US$ 9 bilhões, é favorável à França. A expectativa é que o acordo entre UE e Mercosul seja finalizado até dezembro. O futuro da posição francesa será discutido nas reuniões entre Macron e Lula.