Trump não é tão poderoso assim e caso brasileiro mostra 'ilegalidade da onda tarifária', diz Nobel de Economia
Krugman critica imposição de tarifas de Trump ao Brasil, classificando como ilegais e antidemocráticas. Ele aponta que a estratégia do presidente americano pode estar fortalecendo a popularidade de Lula.
Paul Krugman, economista americano e vencedor do prêmio Nobel de Economia, criticou fortemente o presidente dos EUA, Donald Trump, pelas taxas impostas a diversos países.
Krugman afirma que Trump não está ''vencendo sua guerra comercial'' e considera suas ações como claramente ilegais. Um exemplo citado é a sobretaxa de 50% imposta ao Brasil, que ele considera uma tentativa de influenciar a política interna brasileira.
Em uma publicação na rede Substack, Krugman afirmou: "Nem o advogado mais inescrupuloso conseguiria encontrar algo na lei americana que dê ao presidente o direito de impor tarifas, não por razões econômicas, mas por descontentamento com o Judiciário."
Ele observou que a União Europeia e outros parceiros comerciais parecem estar cedendo a Trump, mas suas ações são ilusórias.
O economista comentou que Trump vinculou as tarifas ao julgamento de Bolsonaro e criticou a maneira como ele lida com o Brasil em comparação com outros países, como Japão e Canadá.
Krugman também destacou que 88% das exportações brasileiras vão para países além dos EUA e que as tarifas acabarão prejudicando os consumidores americanos, não os exportadores.
Por último, ele argumentou que as ameaças de Trump fortaleceram a popularidade do presidente Lula da Silva, ilustrando que Trump está, inadvertidamente, mostrando os limites do poder dos EUA.