Trump mira China e cria tarifa de 40% para produtos 'reexportados'; entenda
Trump aumenta tarifas sobre reexportações para combater o déficit comercial dos EUA, atingindo principalmente produtos da China. A nova medida busca limitar a prática de transshipments, complicando ainda mais as relações comerciais entre os dois países.
Trump aumenta tarifas sobre reexportações
Desde o início do seu primeiro mandato, o presidente Donald Trump intensificou tarifas sobre produtos da China. Em resposta, empresas chinesas abriram armazéns e fábricas em outros países, como Sudeste Asiático e México, para evitar tarifas com envios indiretos.
Nesta quinta-feira, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 40% sobre transshippings, ou reexportações. O objetivo é combater um déficit comercial de US$ 1,2 trilhão dos EUA. Essas tarifas vão se somar às tarifas já existentes aplicadas aos produtos fabricados e exportados pelo Vietnã.
A nova regra se aplica a remessas de qualquer lugar, com a China sendo a mais afetada. Especialistas afirmam que as medidas visam isolar o país e complicar as negociações comerciais com os EUA.
A definição de transshipment indica que um produto deve passar por uma “transformação substancial” para ser etiquetado como local. Países como o Vietnã negam permitir reexportações, alegando que as importações de componentes chineses são usadas para criar produtos locais.
Além das tarifas, o governo Trump planeja implementar regras de origem para garantir a fabricação local dos produtos. Por exemplo, no acordo USMCA, é necessário que 75% de um automóvel seja fabricado na América do Norte para isenção de tarifas.
O acordo comercial com o Vietnã, assinado em 2 de julho, foi o primeiro a incluir a cláusula de tarifa de 40% sobre reexportações da China. Contudo, o Vietnã ainda não confirmou essa cláusula publicamente.
Nas últimas semanas, Trump suavizou sua postura em relação à China, o que gerou incerteza nos países do Sudeste Asiático. Esses países também estão reforçando medidas para reprimir empresas chinesas que redirecionam exportações sem processamento adicional.
Desafios e incertezas
Analistas questionam a capacidade dos EUA em identificar a origem real das mercadorias, com a Alfândega e Proteção de Fronteiras enfrentando desafios na aplicação das novas regras. A consultoria Capital Economics alerta que, mesmo com essas tarifas, o comércio desviado continuará a minimizar o impacto real nas exportações da China.