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Trump gera corrida no mercado de defesa da Europa

A crescente tensão geopolítica tem impulsionado investimentos significativos em defesa na Europa, mas também traz à tona preocupações sobre a capacidade produtiva e a dependência de fornecimentos externos. Especialistas enfatizam a necessidade de coordenação entre os governos para garantir a estabilidade e o fortalecimento do setor frente a um cenário incerto.

Mercado de Defesa Europeu enfrenta um paradoxo desde o fim da Guerra Fria, com euforia nas Bolsas devido ao aumento de gastos militares, mas incertezas sobre capacidade produtiva e cadeias de suprimento.

A invasão da Ucrânia por Vladimir Putin e a retórica de desinteresse de Donald Trump em relação à defesa europeia aceleraram mudanças significativas no setor.

Durante a bienal de defesa Laad, especialistas expressaram otimismo, mas também ansiedade em relação aos desafios atuais.

  • John Stocker, da BAE Systems, anunciou investimentos de R$ 7,5 bilhões no ano passado e espera manter esse valor.
  • A BAE é a maior fabricante de armas da Europa e ocupa o sexto lugar global, com R$ 181 bilhões em receita em 2023.
  • Governo europeu projetando gastos de 3% do PIB com defesa, alcançado por 5 dos 32 membros da Otan.

As ações de empresas de defesa europeias subiram, com o índice Stoxx Aerospace & Defense aumentando 30% neste ano. A Rheinmetall teve crescimento de 156% em suas ações.

A Saab, maior firma sueca do setor, valorizou 81% e está em negociação para vendas do caça Gripen para Portugal.

Micael Johansson, da Saab, expressou a necessidade de acertos com governos e futuras encomendas.

Luciano Macaferri, da Thales América Latina, comentou sobre a necessidade de defesa na Europa e o potencial de fornecimento nos campos de vigilância e sensores.

A Embraer Defesa & Segurança entrou no mercado da Otan com o cargueiro KC-390, enquanto seus líderes observam as mudanças tarifárias promovidas por Trump.

O tempo é essencial para que governos europeus alterem um cenário no qual 39% do orçamento global de defesa é dominado pelos EUA, e apenas 30% pelos europeus.

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