Trump está vencendo sua guerra comercial e beneficiando os EUA? Economistas respondem
Economistas analisam os potenciais impactos negativos da política protecionista de Trump na economia americana, alertando para riscos como aumento da inflação e instabilidade no comércio global. Com a incerteza sobre os efeitos das tarifas, os especialistas questionam se a estratégia realmente favorecerá a produção e o emprego.
Retorno à Casa Branca de Trump traz incertezas econômicas. Sua agenda protetiva é vista como vitória política, mas efeitos econômicos são incertos.
Economistas alertam sobre risco de preços altos e uma possível redução da atividade econômica. A ideia de que tarifas impulsionariam a produção industrial e a geração de empregos é questionada.
Segundo Marta Castilho, do Instituto de Economia da UFRJ, um estudo demonstrou que as tarifas no primeiro mandato de Trump não geraram empregos nos setores protegidos. Regiões com retaliações chinesas como a agricultura sofreram perdas.
As novas tarifas poderão trazer custos elevados às empresas. Para Marta, isso pode ser problemático a longo prazo, pois investimentos dependem de previsões econômicas. Também há riscos de aumento da inflação, embora os preços ainda não tenham subido significativamente.
Luiz Carlos Prado, também da UFRJ, critica a postura atual dos EUA, que rompe com o comércio internacional sustentado pelo Gatt. A estratégia de Trump busca beneficiar o país às custas de outros, resultando em uma relação assimétrica.
Analistas alertam que os acordos de Trump podem desmoronar rapidamente e duvidam do impacto positivo no déficit comercial dos EUA. Segundo Brad Setser, tarifas podem afetar déficits específicos, mas não o total americano.
O déficit do governo dos EUA é de US$ 1,84 trilhão, enquanto as tarifas poderiam render apenas US$ 300 bilhões—número incerto, pois tarifas podem reduzir importações e, consequentemente, a arrecadação.
A maioria dos parceiros comerciais dos EUA ainda está fora dos acordos. O Goldman Sachs aponta que países que representam 56% das importações dos EUA, incluindo Canadá, México, e Brasil, não foram incluídos.