Trump está vencendo guerra comercial, mas o que isso significa para a economia dos EUA?
Os Estados Unidos adotam uma abordagem tarifária radical que altera a dinâmica do comércio global, forçando economias poderosas a se adaptarem a novas realidades. No entanto, a eficácia econômica desse experimento ainda é incerta e levanta preocupações sobre seus impactos a longo prazo.
Estados Unidos mudam ordem comercial global: Nos últimos seis meses, o país abandonou a antiga estrutura comercial, impulsionado pelo presidente Donald Trump, que impôs tarifas mais altas, levando economias como a União Europeia e o Japão a se adaptarem.
Os acordos de tarifas, que chegaram a 15% a 20% por negócios, refletem a visão de Trump e mostram que suas ameaças tarifárias funcionaram como ferramentas de barganha. O impacto inicial é de que os mercados estão menos alarmados do que se esperava.
No entanto, o sucesso econômico das tarifas ainda é debatido. As taxas, não vistas nos EUA desde o início do século XX, são criticadas por analistas e economistas, que preveem aumento de preços para empresas e consumidores, possivelmente desacelerando a economia.
Clyde Prestowitz compara a política comercial de Trump àquelas de países que usaram protecionismo para prosperar, mas alerta para os riscos que isso traz. Montadoras como General Motors e Volkswagen reportaram perdas significativas devido às tarifas.
Diane Swonk, economista-chefe da KPMG, ressalta que os efeitos das tarifas demoram para se manifestar, podendo levar até 18 meses para mostrar resultados. Brad Setser acredita que isso resultará em uma economia desacelerada, mas que não causará recessão.
Os acordos, como o do EUA com a UE, foram vistos como positivos para evitar guerras comerciais, mas seus benefícios econômicos são limitados. Os Estados Unidos ainda não definiram tarifas para diversos países, e a incerteza permanece sobre seus impactos futuros.
Analistas destacam que o comércio representa cerca de 25% da economia americana, muito menos que em outros países. As tarifas podem elevar os custos, diminuindo investimentos em contratações e inovação, além de desacelerar os gastos do consumidor.
As expectativas em relação ao déficit comercial americano também são desconfiadas; alguns acreditam que as tarifas não terão um efeito significativo na sua redução, especialmente considerando o impacto das políticas fiscais do governo.