‘Trump é um homem do passado, tem uma visão anacrônica do comércio’, diz Ricupero
Rubens Ricupero critica a visão de que as tarifas de Donald Trump levarão ao colapso do comércio global. Ele destaca que, embora os EUA ainda tenham influência, a economia mundial já é dominada por países asiáticos, como a China.
Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, considera um exagero a ideia de que as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump levarão ao fim do sistema multilateral de comércio.
Ele enfatiza que os EUA não dominam mais o comércio mundial, atualmente liderado pela China. Ricupero aponta que o Brasil pode se beneficiar em produtos como café e calçados.
Impactos das medidas de Trump:
- A incerteza sobre as tarifas dificulta conclusões prematuras.
- O Brasil enfrenta tarifas de 25% em aço e alumínio, prejudicando suas exportações.
- O Brasil, grande exportador de aço, ainda compete com a China, que sofre com as tarifas.
- As tarifas sobre café passaram de zero para 10%, mas o Brasil mantém uma vantagem relativa.
- Na indústria de calçados, o Brasil busca se estabelecer com qualidade média.
- Os EUA representam apenas 11% a 13% das exportações brasileiras; China é o maior parceiro com cerca de 29%.
Riscos para o comércio global:
Ricupero acredita que é exagero pensar que as medidas de Trump signifiquem o fim do comércio global. Os EUA não têm mais a influência que tinham no passado, e China e outros países estão se unindo em áreas de livre comércio.
Consequências para os EUA:
- Aumento do custo de vida e possível redução da atividade econômica em longo prazo.
- A incerteza leva à paralisação de investimentos, com divisões surgindo entre apoiadores de Trump.
Implicações para a economia mundial:
As tarifas complicam a inflação e o crescimento global. A economia mundial atualmente é impulsionada mais pela Ásia do que pelos EUA, tornando os desdobramentos futuros incertos.