Trump diz que não irá adiar prazo de tarifas em 1° de agosto
Trump mantém tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, complicando relações comerciais. A decisão ocorre após acordo com a União Europeia que visa reduzir tarifas sobre suas exportações.
Donald Trump reafirmou neste domingo, 27, que não irá adiar o prazo para as tarifas de 50% sobre parceiros comerciais, incluindo o Brasil.
As declarações vieram durante uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia. Trump anunciou um acordo com a União Europeia (UE) para reduzir tarifas de 30% para 15% nas exportações do bloco.
Esse acordo decorre do compromisso da UE em investir US$ 600 bilhões nos EUA, com US$ 150 bilhões em energia e uma fração em produtos militares. A reunião durou menos de duas horas.
Ursula se mostrou otimista, afirmando que tinha “50% de chance” de fechar um acordo sobre taxas, necessitando de um “rebalanceamento” nas relações comerciais.
Trump indicou que os produtos farmacêuticos seriam tratados separadamente, o que pode ser um golpe para a Europa, que esperava isenções sobre medicamentos. “Produtos farmacêuticos são muito especiais”, destacou.
Em relação às tarifas já existentes, os EUA aplicam 25% para veículos, 50% para aço e alumínio, e ameaçam elevar a taxa geral de 10% para 30% se não houver acordo.
Trump confirmou que as tarifas entrarão em vigor no dia 1° de agosto, mas está disposto a negociar além desse prazo, conforme reiterado pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick.
Até agora, apenas cinco países firmaram acordos comerciais com os EUA desde a primeira menção das tarifas em abril: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
As tarifas contra o Brasil, que devem entrar em vigor em agosto, impactarão setores como produtos agrícolas, manufaturados, petróleo e aviões. O Brasil teve um superávit com os EUA de quase US$ 284 milhões em 2024.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, mencionou conversas com Lutnick para resolver a questão das tarifas, afirmando a importância do diálogo.